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Inovação na educação: um caminho necessário

not 08 05 2018 4

Em um artigo, o reitor do Centro Universitário FEI destaca a importância do estímulo à criatividade como caminho para a inovação

Quando pensamos em inovação, geralmente, a primeira ideia que se vem à mente é sobre algo novo, que envolva novas tecnologias, e seja transferido à sociedade. No entanto, o termo vai muito além que novas ferramentas tecnológicas. Inovação, acima de tudo, é uma forma nova de pensar o mundo e propor novas soluções aos seus problemas.

É sabido que vivemos em uma época pautada pelo ritmo acelerado dos avanços tecnológicos, por incertezas e complexos cenários. Por outro lado, este é um momento rico de oportunidades e de aprendizagem, e de intensa busca pela melhoria da qualidade de vida.

Novas formas de produção ganham espaço no dia a dia da população. Os conceitos de Indústria 4.0, Internet das Coisas, Inteligência Articifical, Realidade Virtual e Big Data são alguns exemplos deste mundo digital, altamente conectado, e que busca incessantemente responder aos anseios do presente e do futuro.

De olho nisso, para estarmos preparados para as mudanças, é preciso pensar o novo. Esta transformação de paradigma passa por uma evolução do atual modelo educacional. Perguntas que nós, educadores, devemos nos fazer sempre é: nossas práticas e metodologias de ensino estão acompanhando a velocidade destas tranformações? Estamos conseguindo dialogar com as novas culturas e formar lideranças? E, certamente, a resposta para muitos será - ainda temos muito que avançar.

Os projetos pedagógicos precisam estar preparados às mudanças rápidas do presente e ao mesmo tempo buscar a compreensão do futuro. Mas, além disso, precisam estimular nossos jovens para que possam se adaptar a um mundo cada vez mais dinâmico e ser capazes de propor soluções a problemas mal estruturados. Esse processo pode causar resistência e até desconfiança, mas não se pode negar a importância das mudanças, que vieram para ficar, e que as novas tecnologias devem ser encaradas como aliadas do processo e não como ameaças.

Uma mentalidade fixa, com conteúdos rígidos, e que tenha como referência modelos já pré-estabelecidos, não é um campo fértil para novas ideias. Como parte do processo de inovação na educação, se faz necessário criar uma cultura voltada para a criatividade, e que, na FEI, estamos chamando de Cultura da Inovação. E toda comunidade - estudantes, docentes e colaboradores administrativos - deve estar inserida neste grande movimento.

Em linhas gerais, o pensamento inovador é aquele capaz de problematizar, olhar para o futuro, fazer abstrações e gerar ideias. O inovador deverá ter a capacidade de aprender e reaprender na velocidade das transformações e, se possível, estar a um passo à frente, ao antecipar-se às megatendências. A alternância entre o conceito e a prática é a dinâmica necessária para se avançar neste processo .

A cultura de inovação implica em, primeiramente, inspirar e capacitar os professores e funcionário administrativos a saírem de suas zonas de conforto, buscarem novas metodologias e expandirem suas atividades para além do planejamento regular e mínimo. A capacitação passa por treinamentos sobre o processo da criatividade e inovação, que vai dos métodos da geração de ideias, passando por critérios de escolhas, até a implantação das soluções. Tendo sempre como referência a visão de futuro.

Com estímulo, práticas pedagógicas e imersão nas tendências mundiais, o aluno terá o conhecimento e as ferramentas necessárias para o desenvolvimento da mente inovadora. O aluno inovador não será mais um replicador de conceitos e conteúdos, mas sim o solucionador de problemas reais e protagonista do próprio desenvolvimento.

O professor terá a missão de inspirar, de desenvolver as necessárias habilidades desses jovens e, sobretudo, de orientar suas ações, para que possam elaborar e gerir projetos inovadores de alto impacto social e ambiental. Precisamos educar nossos jovens para que reconheçam seus espaços neste novo mercado de trabalho, que se insiram adequadamente nas novas posições profissionais, e que sejam agentes transformadores da sociedade, em prol da qualidade de vida. Este é o nosso grande desafio.

*Fábio do Prado é reitor do Centro Universitário FEI

Fonte: FEI