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Crianças mudam hábitos alimentares em João Pessoa (PB)

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No dia 16 de outubro é comemorado o Dia Mundial da Alimentação. Para mostrar a importância do assunto, as escolas de João Pessoa (PB) começaram a trabalhar a temática com as crianças desde o início do ano.

Após participarem de treinamentos realizados pela Fundação Abrinq, com o apoio da Fundação Carrefour, os profissionais de educação passaram a detectar a falta de interesse e até de conhecimento dos alunos pelos alimentos saudáveis.

“Pouquíssimas crianças comiam frutas na hora da merenda. Geralmente, traziam salgadinhos, biscoitos recheados e refrigerante”, conta Rosemary Medeiros, professora da Escola Ana Cristina Rolin Machado.

A educadora sempre incentivou os pequenos a se alimentarem de maneira saudável, dando o exemplo por meio de sua própria refeição, mas não imaginava que poderia motivá-los por meio de brincadeiras.

“A formação nos trouxe um outro olhar. Fomos motivadas a não só ingerir o alimento saudável, mas levar para a sala de aula, colocando como uma rotina. Fomos encorajadas a aliar o lúdico à conscientização”, explica Rosemary.

A partir desse novo olhar, a escola desenvolveu a atividade intitulada “Os supersaudáveis”, na qual as crianças, ao se alimentarem bem, ganhavam uma pulseirinha com o poder da saúde. Como resultado, houve uma aceitação dos pequenos em relação aos alimentos, alguns antes desconhecidos, como kiwi e ameixa.

“Explicamos os benefícios da ingestão das frutas para os estudantes, enfatizando que ficariam poderosos, com o poder da saúde e sem nenhuma doença. Passamos a incentivá-los e hoje eles têm o prazer em comer frutas. Não existe mais a vergonha em trazer uma banana para a merenda. É uma brincadeira”, relata a professora.

Júlio Fernandes, diretor-adjunto da EMEF Lúcia Giovanna, também percebeu o impacto de trabalhar a alimentação saudável com as crianças de forma lúdica: “A gente costuma dizer que o nosso termômetro é a lixeira. Estávamos acostumados a vê-las com excesso de materiais plásticos, garrafas de refrigerantes, embalagens de biscoitos recheados. Depois do treinamento com a Fundação Abrinq, percebemos que as lixeiras têm mais lixo orgânico, com muitas cascas de frutas, sucos e pouquíssimo material plástico”, comenta.

A ação, destinada para motivar as crianças de até 5 anos a adquirirem hábitos alimentares saudáveis, atingiu mais do que o esperado. Toda a escola participou da conscientização dos estudantes, em suas diferentes faixas etárias. Um dos exemplos é a aluna Sophia*, 6 anos, que só gostava de comer biscoitos recheados com refrigerante, além de possuir alta rejeição à frutas, verduras e legumes. Para contornar a situação, que era comum entre os alunos, a escola instalou um self-service para os pequenos se servirem de acordo com os próprios gostos e também passou a inserir esses alimentos triturados nas refeições. Com tempo e paciência, Sophia se tornou uma das alunas mais envolvidas e animadas com a ação.

Diversas outras escolas perceberam essa mudança de hábito na alimentação dos alunos, mas sabem que para a transformação ser completa, precisam do apoio da família.

“Temos consciência que não depende só deles. É um trabalho que vamos continuar com a família, para incentivar a troca do refrigerante e o biscoito recheado — que são os vilões, que mais chegam na escola, por outros tipos de alimentos como pão, bolo, cuscuz ou uma fruta”, comenta Rosemary.

Os próprios alunos passaram a corrigir os pais ao colocarem lanches práticos e não saudáveis na lancheira, explicando que determinados alimentos “são ruins para a saúde”.

“É impossível fazer a escola sem a presença da família. Os impactos esperados a partir do momento em que os familiares estão envolvidos são muito mais positivos e ocorrem de forma mais rápida. Quando a família não está presente é como se estivéssemos ‘enxugando gelo’”, completa Júlio.

Para a nutricionista Jaqueline Leal, essa mudança de hábito é fundamental para que as crianças cresçam saudáveis e evitem doenças futuras.

“Quando a gente trabalha essa base e vê que elas estão deixando de consumir os alimentos industrializados, com tantos aditivos químicos e conservantes, para comer comida de verdade, ou seja, os alimentos in natura, elas previnem as doenças crônicas que trabalhamos no nosso cotidiano. Alguns exemplos são doenças cardiovasculares, diabetes, hipertensão e até o câncer”, explica.

Para Jaqueline, a ação está plantando uma sementinha de longevidade nos futuros adultos. “Ao ingerir mais vegetais e frutas, eles estão promovendo uma mudança nas células, provendo mais saúde”, finaliza Jaqueline.

Para marcar o Dia Mundial da Alimentação, 10 escolas participantes do projeto desenvolveram atividades, trabalhos artísticos, músicas e ações voltadas para o assunto, com o objetivo de sensibilizar e motivar o hábito alimentar saudável em seus alunos. Confira as escolas participantes:

· Creche Josiara Telino;

· Creche Roberta Rodrigues Tavares;

· CREI Arthur Antônio Belarmino Ferreira;

· CREI Custódia Nóbrega;

· CREI Maria de Fátima Amorim Navarro;

· CREI Menino Jesus;

· CREI Nossa Senhora de Fátima;

· CREI Roberto Vieira Batista;

· EMEF Ana Cristina Rolin Machado;

· EMEF Lúcia Giovanna.

A Fundação Abrinq, com o apoio da Fundação Carrefour, desenvolveu o Projeto Hábitos Alimentares Saudáveis, que tem como objetivo promover hábitos alimentares saudáveis para crianças de até 5 anos em João Pessoa (PB).

Nome alterado para proteger a identidade da criança.

Fonte: Fundação Abrinq