Notícias das Associadas

O Museu Histórico Prof. Carlos da Silva Lacaz completa 10 anos de um bem-sucedido projeto de reestruturação que ampliou o acesso ao seu acervo para pesquisadores e o público em geral

not 12 02 2020 2

A configuração do Museu Histórico em seus primeiros anos de funcionamento, em 1978.

Há 10 anos, no dia 18 de dezembro de 2009, o Museu Histórico Prof. Carlos da Silva Lacaz da FMUSP foi reinaugurado sob um novo projeto museal, com a incumbência de seguir sendo o espaço destinado à preservação da memória e do patrimônio histórico da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

O museu foi criado em 1977, pelo Prof. Lacaz, reconhecido médico e pesquisador da área de microbiologia e micologia médica, e um dos fundadores da Sociedade Brasileira de História da Medicina. O projeto museológico instituído deu-se em bases privadas, com apoio de parte significativa dos professores e alunos da própria faculdade. Em seus primeiros anos de funcionamento, a instituição reuniu um vasto acervo documental, com prioridade aos primeiros tempos da institucionalização médica em São Paulo, formando uma narrativa pautada no ordenamento de marcos cronológicos da história da medicina e de seus vultos.

Em decorrência do falecimento de seu fundador, em 2002, houve uma ampla reestruturação da estrutura administrativa do Museu, que passou a ser subordinado à Comissão de Cultura e

Extensão da FMUSP. Assim, em 2007, iniciou-se um processo de revisão conceitual que, com equipe renovada, procurou se articular com a execução do projeto de restauro e modernização da faculdade. Sob essa nova perspectiva, o museu foi reinaugurado em 2009, apresentando ao público sua primeira exposição temática e temporária intitulada Arnaldo Vieira de Carvalho e a Faculdade de Medicina: práticas médicas em São Paulo 1888-1938.

Desde então, o Museu Histórico realizou a curadoria de quatro exposições em sua área de visitação e de oito exposições externas e itinerantes, alcançando milhares de pessoas em todas as regiões da capital, na Grande São Paulo e em cidades do interior paulista. Nesses 10 anos, a instituição tornou-se referência em acessibilidade para pessoas com deficiência, estruturou um amplo projeto educativo, e contabilizou mais de 30 mil visitantes, batendo seguidos recordes de público mensal em 2019, com a exposição A pele enferma: Augusto Esteves e seu museu de cera.

Neste período, ainda, foi implementada a área de Conservação, responsável por prevenir a deterioração do acervo causada por fatores ambientais, exposição, más condições de acondicionamento e armazenamento, desastres e outros fatores químicos, físicos, biológicos e de manuseio. A partir dessa iniciativa, o Museu Histórico passou a ter pleno controle das condições ambientais de seu acervo, monitorando e regulando permanentemente a iluminação, a temperatura e a umidade relativa. Além disso, essa importante área encabeçou projetos de restauro do patrimônio de grande valor histórico como a Bula Papal, datada de 1346, as peças ceroplásticas produzidas por Augusto Esteves na década de 1930, um anjo tocheiro barroco, os retratos dos professores da FMUSP, entre outros.

As bases constitutivas do museu passaram a exigir que novas formas de organização do acervo viabilizassem estudos e pesquisas de cultura material e documental, no sentido de aproximá- lo mais da comunidade científica e expressar melhor suas inúmeras potencialidades como gerador de conhecimento histórico. Por isso, o acervo vem passando por um expressivo processo de reordenação, ampliação, catalogação e de democratização ao seu acesso. Assim, nesta década, quase dois mil pesquisadores utilizaram os documentos sob a guarda do museu para desenvolver teses doutorais, dissertações de mestrado, monografias, livros, documentários, artigos científicos, filmes, peças teatrais e exposições.

Fonte: HCFMUSP