Notícias das Associadas

FUNDAÇÃO JOSÉ LUIZ EGYDIO SETÚBAL - Cirurgia de estrabismo no Sabará

not 04 08 2020 1
Imagem: Freepik

Olhos cruzados ou vesgos: estes são os nomes pelos quais a doença estrabismo é conhecida.

Os pais costumam notar que os olhos de seus recém-nascidos parecem se cruzar no olhar de vez em quando. Nos primeiros seis meses de vida, isso pode ser normal. Para começar, olhar para algo que o cérebro tem que saber para onde apontar os olhos. Por volta da quarta semana de vida o recém-nascido começar a fixar o olhar em um ponto, mas poderá falhar algumas vezes e parecer com o olhar um pouco cruzado. Porém, isso não deve persistir.

A maior parte do desenvolvimento visual ocorre no cérebro, não nos próprios olhos. Um dos maiores desafios para o cérebro em desenvolvimento é coordenar os sinais visuais de um lado para o outro. Os sinais nervosos dos olhos viajam através dos nervos ópticos e se dividem em ambos os lados do cérebro. Para entender esses sinais, os dois lados do cérebro precisam cooperar, comparando informações e coordenando o movimento dos olhos na direção desejada.

Até os dois meses de idade, você pode notar que seu bebê seguirá seu rosto ou um brinquedo um pouco, e então o perderá ao cruzar de um lado para o outro. Por dois meses, no entanto, ele deve ser capaz de rastrear da direita para a esquerda e vice-versa.

O próximo grande marco visual ocorre aos seis meses de idade. A essa altura, os dois lados do cérebro estão em boas relações um com o outro. A prevalência de estrabismo na população já estudada no Brasil foi, em média, de 1,4%, com distribuição semelhante em todos os municípios avaliados, e este número concorda com os números mundiais sobre a frequência de heterotropia em crianças, que varia de 0,12% a 2,7%.

Mesmo com a triagem em consultório pediátrico, no entanto, nem sempre percebemos um olho que tende a se desviar. Os desvios ocorrem com maior frequência quando a criança está cansada. Se você perceber que sua criança de 6 meses ou mais tem um olho que nem sempre tem a mesma aparência do parceiro, avise o médico.

É fundamental que um oftalmologista examine a criança. O que algumas pessoas chamam de olho preguiçoso (ambliopia) pode ser um sinal de que um olho não enxerga tão claramente quanto o outro. Somente um profissional poderá diagnosticar o estrabismo infantil, olhos cruzados ou vesgos.

Quando o cérebro é forçado a fazer uma imagem a partir de duas entradas muito diferentes, começa a ignorar os sinais do pior olho. Com o tempo, esse processo se torna irreversível, levando à cegueira parcial no olho mais fraco. Na maioria dos casos, você deve resolver o problema antes que a criança complete 3 anos para garantir que ele cresça com a percepção normal de profundidade.

Os tratamentos para a ambliopia variam com base na causa e gravidade da condição. Algumas crianças exigem óculos ou adesivos que forçam o cérebro a prestar atenção aos sinais do olho mais fraco. Outras crianças precisam de cirurgia para encurtar ou alongar certos músculos que controlam o movimento dos olhos.

PARCERIA

A Fundação José Luiz Egydio Setúbal acaba de firmar uma parceria com o Instituto Strabos, (https://institutostrabos.org.br/), uma organização social que tem a finalidade de atender a população de baixa renda, por meio de consultas, tratamento e promoção de cirurgias gratuitas; formação profissional, cursos e produção científica. Neste primeiro momento serão 26 cirurgias beneficentes de estrabismo em crianças no Sabará Hospital Infantil nos meses de julho a agosto.

“Foi por meio do Instituto Strabos que eu consegui agendar a cirurgia do meu filho. Os exames no Hospital foram rápidos e os profissionais que nos atenderam nos trataram com muita atenção e carinho: médicos, enfermeiros… até as nutricionistas explicaram tudo direitinho, afirma Cleudiana Moraes, mãe do pequeno Jheynisson Nicolas, de oito anos, operado no dia 18 de julho. O pós-cirúrgico do Jheynisson foi excelente, ele não sentiu dor alguma. Logo que acordou, sentiu apenas um incômodo e está se recuperando super bem”, destaca a mãe.

Segundo Maithe Vieira da Silva, mãe do Erick, de sete anos, ter a possibilidade de fazer a cirurgia no seu filho é evitar que ele seja visto de forma diferente, protegendo-o da maldade do mundo. Ela fala ainda as consultas médicas e de enfermagem realizadas pela Telemedicina foram uma facilidade incrível: “o atendimento dos profissionais foi tão bom que não parecia uma consulta a distância. A imagem e o som eram ótimos e tanto eu quanto meu marido ficamos muito seguros”, afirma Maithe.

Uma das únicas meninas à espera da cirurgia, Kimberly Eduarda estava muito tranquila na companhia dos pais Aline e Carlos. “A iniciativa do Instituto Strabos em parceria com o Sabará Hospital Infantil nos deu muita alegria e gostaríamos de agradecer. O atendimento do Hospital foi muito atencioso e a consulta por Telemedicina é muito moderna e de muita qualidade, destaca Aline.

Fontes:
Academia Americana de Pediatria (Copyright © 2016)
Os olhos do seu filho (Copyright © 2011 Academia Americana de Pediatria, Atualizado em 05/2016) Adaptado do texto de David L. Hill, MD, FAAP
Pai para pai: Parenting Like a Pro (Copyright © Academia Americana de Pediatria 2012)
Arq Bras Oftalmol. 2012;75(2):92-6]
Estrabismo: detecção em uma amostra populacional e fatores demográficos associados
Augusto Tomimatsu Shimauti1, Leonardo de Toledo Pesci1, Roberta Lilian Fernandez de Sousa1, Carlos Roberto Padovani2, Silvana Artioli Schellini

Autor: Equipe Sabará

Fonte: Fundação José Luiz Egydio Setúbal