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FUNDAÇÃO ARNALDO VIEIRA DE CARVALHO - Alunos da Santa Casa atendem comunidades ribeirinhas em barco hospital-escola

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Expedição Abaré navega pelo rio Tapajós a partir de 10 de agosto

A partir de terça-feira, 10 de agosto, dez alunos do sexto ano do curso de Medicina e cinco professores da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP) participam da Expedição Abaré, por 19 dias.

Por meio da embarcação hospital-escola, os alunos e professores da FCMSCSP realizarão atendimentos de moradores de 69 comunidades ribeirinhas e indígenas da região do rio Tapajós, no município de Santarém, que é a capital do Pará, e dos municípios de Aveiro e Belterra, localizados nas regiões sudoeste e norte do estado, respectivamente. Ao todo, devem ser realizados até 3,8 mil atendimentos.

Esta ação é desenvolvida pela Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), juntamente com as secretarias de Saúde dos três municípios e a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai). O barco Abaré presta serviços de assistência à saúde aos moradores da região há 14 anos. A equipe multidisciplinar e multiprofissional envolvida conta com a participação de professores dos cursos de Enfermagem, Fonoaudiologia e Medicina.

De acordo com a chefe do Departamento de Atenção Primária da FCMSCSP, a pediatra Maria José Carvalho Sant’anna, a experiência servirá como estágio curricular na disciplina Desenho de Carreira. “A proposta é assistencial: queremos fazer um diagnóstico para o reconhecimento dos maiores problemas dessa população que é vulnerável”, disse. “Queremos que esse atendimento passe fazer parte da formação anual, e seja incluído no Programa de Extensão da Faculdade.”

Serão realizados serviços de atenção básica à saúde, como consultas médicas, odontológicas e de enfermagem, vacinação, coleta para exame de Papanicolau, testes rápidos de Covid-19, HIV, sífilis e hepatites virais, exames de laboratório – bioquímicos e hematológicos – e dispensação de medicamentos. Além disso, poderão ser realizados exames de ultrassonografia em algumas comunidades de Santarém, com a utilização de um aparelho portátil.

“A ideia é levar o aluno até um ambiente de realidade diferente, que seja possível o reconhecimento da população. Eles irão realizar atendimento sem muita tecnologia, respeitando a integralidade dessa comunidade e valorizando o trabalho e equipe”, disse. “As habilidades de gestão desenvolvidas pelos discentes durante esse projeto de extensão, a percepção da relação de saúde com as políticas públicas e a adequação às necessidades da comunidade são elementos importantes para a formação dos alunos.”

Além do exercício prático da profissão, experiência permite contato com nova realidade

Outro aspecto importante na ação é que o deslocamento dos discentes e docentes até as comunidades abre espaço para o entendimento da situação brasileira de assistência na prática, de forma a entender as principais dificuldades enfrentadas, bem como seus potenciais. “Essa vivência possibilita a criação de um vínculo que vai além da relação médico-paciente, pois permite a construção de um pensamento crítico, e o fortalecimento de lutas sociais em busca de um atendimento integral e de qualidade”, disse a professora Maria José.

Sobre a Expedição Abaré

O barco foi criado em 2006, com o objetivo de possibilitar o acesso da população ribeirinha do Amazonas ao Sistema Único de Saúde (SUS). Em 2010, foi implementado como Política de Saúde e Saúde da Família Fluvial com repasse de recursos pelo MS. Em 2017, a embarcação foi doada para a Ufopa. Atualmente, existe um termo de acordo de cooperação mútua, entre a Prefeitura de Santarém, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SEMSA) e a Ufopa. A Ufopa é responsável pela manutenção e guarda da embarcação e a SEMSA pelas ações assistenciais de saúde para as comunidades. Em 2020, a Rede de Integrada de Desenvolvimento Humano (RIDH), órgão da universidade que assumiu a gestão do Navio Abaré.

Fonte: Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho