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FUNDAÇÃO JULITA - 20 anos de muita luta


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Maria Hecilda de Campos Salgado, chamada carinhosamente de Dona Maria, era a sobrinha de Julita Prado e em 1971, unindo amor e luta, assume a presidência da Fundação Julita e inicia uma nova estruturação.

Um pouco antes de sua morte em 1969, Antônio Manoel já com idade avançada havia convidado Maria Hecilda para ser a presidente, mas os compromissos e alguns impasses impediram sua entrada naquele momento e a administração ficou de certa forma abandonada.

Mas três anos depois, em 1971, ocorreu que Maria Hecilda tinha alguns planos para a Fundação Julita. “A mamãe tinha ido em um congresso na Holanda, e lá tem uma cidade especial para deficientes. E mamãe achou que ia fazer uma cidade para deficientes. Quando chegou aqui no Brasil as assistentes sociais falaram. Mas você vai separar, vai desagregar ao invés de agregar? Ela desistiu”, afirma Clélia Salgado Teixeira.

Com um rombo financeiro e com seu crescimento estagnado a instituição não conseguia cobrir os próprios gastos e fez com que a então presidente firmasse um convênio com outra instituição, o Lar Escola São Francisco. Fora isso, para conseguir desenvolver mais atividades e se adequar as exigências governamentais acrescentou um parágrafo no estatuto, parágrafo esse que demonstrava como a Fundação Julita corria um sério risco de não se manter.

Art.7 Se não obstante o disposto acima a fundação vier a
se dissolver, seus bens remanescentes destinar-se-ão a outra
entidade assistencial, dotada de personalidade jurídica, com
sede e atividades preponderantes no Estado de São Paulo.

Abrigando atividades comunitárias como campanhas de vacinação e preparação de documentos, a instituição foi se organizando aos poucos e se firmando nas causas sociais da região. Chegando a encabeçar, 1977, o fechamento de uma usina de asfalto que poluía o ar e criava feridas nas crianças.

Na época a Fundação Julita abrigava uma classe rural, mas Maria Hecilda buscava ampliar o atendimento e inserir uma pré-escola, e no ano de 1986 inicia a construção do CEI Maria Izabel.

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“Eu saía com a Dona Maria de manhã, ela me pegava em casa e eu saía com ela. Um dia a Dona Maria falou: vamos na secretaria da educação e ao invés de uma classe rural desta vamos fazer uma pré-escola. Ela ia na secretaria e arrumava os professores. Então começamos a correr, meio que reformar um pouco as casas para receber os professores”, conta Solange Pasquale, na época vice-presidente da Fundação Julita.

Devida sua idade avançada Maria Hecilda pede demissão e convida Solange Pasquale para assumir a presidência. Após 20 anos como presidente, o conselho geral deixou claro na ata de reunião que essa saída é puramente pessoal e o quanto ela contribuiu para o desenvolvimento da Fundação Julita.

“Há um protesto geral, porém a senhora presidente explica que sua decisão é definitiva. Nestes quase 20 anos de administração Dona Maria Hecilda ampliou e modernizou os objetivos da Fundação Julita assim como as instalações existentes. Como a recente inauguração da creche Maria Izabel, a escola de educação infantil, o centro comunitário da juventude, educação de adultos, união anti-alcoólicos e grupo da terceira idade. Frequentam a Fundação em média mil pessoas diariamente”.

Ata de Assembleia Geral - 13 de março de 1991.

Fonte: Fundação Julita