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FECAP lança campanha “Mulheres que fazem a diferença”

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O mês de março é conhecido mundialmente por comemorarmos o Dia Internacional da Mulher. Em tempos de renovação de crenças e padrões até então estabelecidos, faz-se essencial a reflexão sobre o importante papel que a mulher exerce na sociedade e a discussão sobre a desigualdade de gênero e demais adversidades que ainda enfrentamos.

Por isso, queremos celebrar essa ocasião com a campanha “Mulheres que fazem a diferença”, enaltecendo os avanços e conquistas das mulheres em todas as áreas, incluindo tecnologia, política, economia e muitas outras, por meio de personalidades inspiradoras que fizeram a diferença no cenário brasileiro e mulheres que ajudaram a construir a história da FECAP.

Dois nomes de muita força;

No Brasil, muitas personalidades femininas já exerceram – e ainda exercem – uma grande influência em nossa sociedade. Dentre elas, destacam-se Dorina Nowill e Mary da Silva Aguiar, nomes essenciais que marcam a participação feminina na nossa composição histórica.

Professora, Dorina Will

Nascida no início do século XX, Dorina Gouvêa Nowill assumiu múltiplas funções em sua época, o que fez dela uma mulher muito à frente de seu tempo. Dorina ficou cega aos 17 anos em função de uma infecção ocular, mas isso não a impediu de conquistar seus sonhos. Professora, filantropa e ativista, Dorina encabeçou uma importante luta a favor da inclusão de deficientes visuais, o que levou a Escola Normal Caetano de Campos, localizada no Centro Histórico de São Paulo, a adotar uma especialização voltada para o aprendizado de cegos.

Sempre muito familiarizada com a temática da educação, Dorina viajou para Nova Iorque a fim de aprimorar seus estudos. Foi a partir de sua dedicação às práticas de inclusão social que ela conquistou uma bolsa no Teacher´s College da Universidade de Columbia. Seu papel no ativismo, a partir daí, ampliou-se fortemente, já que Dorina foi responsável por ações de cunho agregador que repercutiram e até hoje repercutem na sociedade. Assim, ela encabeçou a Fundação para o Cego no Brasil, instituição que hoje carrega o seu nome e que já distribuiu gratuitamente uma expressiva quantidade de livros para cegos. Sua atuação não parou por aí, já que a ativista também compôs por 12 anos a Campanha Nacional de Educação de Cegos do Ministério da Educação e Cultura.

Autora do livro “E Eu Venci Mesmo Assim”, obra de grande inspiração e que reflete a sua luta por uma sociedade menos desigual com pessoas cegas, Dorina marcou o seu legado na história brasileira. Foi graças a sua atuação que as reflexões sobre inclusão em diversos meios, em especial no da educação, foram possíveis de serem iniciadas.

Juíza, Mary Aguiar

Fortemente reconhecida por ter sido a primeira juíza negra no Brasil, Mary de Aguiar Silva graduou-se em Direito pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) no ano de 1952. Sua carreira na área jurídica iniciou-se 10 anos após a sua formação, em 1962, na cidade de Remanso, a mais de 700 km de Salvador. Sua importância se deve ao fato de ter se inserido em uma área até então marcada pela presença majoritariamente masculina e branca. Assim, Mary assumiu um papel de grande resistência ao lutar contra discriminações de caráter estrutural, como o racismo e o machismo.

A história de Mary é ainda mais admirável quando considerado o fato de que ela se criou em uma família de caráter humilde, que passou por dificuldades financeiras. Ainda assim, sua essência batalhadora a levou para o universo acadêmico, o que permitiu a sua formação em uma das faculdades mais tradicionais de Direito no Brasil.

Quando premiada em 2018 com a medalha de honra do Mérito Judiciário, Mary assumiu estar vivendo a mudança dos tempos que tanto esperou. Foi graças a sua resistência que a juíza pôde abrir portas para que mulheres negras pudessem ingressar na área jurídica.

Personalidades precursoras

Dorina e Mary foram de grande importância para o levantamento de discussões voltadas para a inclusão de mulheres em áreas predominantemente masculinas. Foi em função da luta dessas personalidades tão marcantes que discussões sobre a inclusão e a participação feminina em diversas áreas de atuação são hoje fortemente levantadas e se atualizam cada vez mais. Assim, a necessidade de se reconhecer o Dia Internacional da Mulher como um marco para ressaltar a presença feminina na sociedade se faz cada vez mais urgente. Que figuras inspiradoras como Dorina e Mary possam ser mais frequentes e dignas de um legado social de grande admiração.

Continue acompanhando o nosso site para ficar por dentro de toda a campanha “Mulheres que fazem a diferença”.

Fonte: Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado - FECAP