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Com mais de 138 mil atendimentos, CETEC fortalece gestão de tecnologia hospitalar na FAMESP
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- Criado em 26/06/2025

Foto: Divulgação/Famesp
Com mais de 138 mil atendimentos, CETEC fortalece gestão de tecnologia hospitalar na FamespCentro de engenharia clínica atua na manutenção, calibração e segurança de equipamentos médicos em dezenas de unidades de saúde, promovendo economia e qualidade nos serviços prestados.
O Centro Tecnológico e de Engenharia Clínica (CETEC) da Fundação para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar (Famesp) completou em 2024 duas décadas de atuação, consolidando-se como referência em manutenção e gestão de equipamentos médicos. Criado oficialmente em 1º de julho de 2004, o serviço surgiu após a extinção do CEMEQ, grupo vinculado à Unesp que prestava manutenção a equipamentos de ensino e pesquisa. A partir de uma negociação com a reitoria da UNESP, o diretor-presidente da Famesp, Dr. Antonio Rugolo Junior, que à época já ocupava o cargo, articulou a criação do CETEC junto à Supervisão do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB) e à direção da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB/Unesp), com o objetivo de atender não apenas o ambiente acadêmico, mas também os hospitais gerenciados pela Fundação.
"Na época, não havia engenheiros clínicos em Botucatu. Fui o primeiro da Famesp e da Unesp e, desde então, o trabalho só cresceu", relembra o engenheiro Manoel Álvaro Guimarães, um dos idealizadores e atual gerente de engenharia clínica do CETEC.
Expansão e reconhecimento
De lá para cá, o centro foi responsável por mais de 138 mil atendimentos técnicos em equipamentos médicos, com uma média atual de 600 atendimentos mensais, podendo chegar a mil em períodos de maior demanda. Hoje, o CETEC atua em cerca de 24 unidades da Famesp e de instituições parceiras, com um corpo técnico de 26 profissionais divididos em equipes especializadas em manutenção, calibração, segurança elétrica e refrigeração hospitalar.
Em 2005, através de um programa da CPFL que visava contratar unidades de engenharia clínica nas regiões em que a empresa atuava no estado de São Paulo, o CETEC recebeu investimento para reforma predial e modernização de seu parque tecnológico.
Entre 2008 e 2010, o CETEC ganhou maior projeção ao oferecer cursos de capacitação ao Ministério da Saúde, treinando técnicos e gestores de todo o Brasil em engenharia clínica. Unidades de saúde em estados e capitais como Maranhão, Sergipe, Salvador, Vitória, dentre outros, estruturaram seus próprios núcleos técnicos após a formação realizada em Botucatu.
Suporte integral às unidades da Famesp
A partir de 2011, o CETEC passou a atender também as novas unidades incorporadas à Famesp, como a Maternidade Santa Isabel e o Hospital Estadual de Bauru. Em 2016, assumiu integralmente a manutenção dos equipamentos da Fundação. Em 2022, passou a responder também pela refrigeração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB), incluindo áreas críticas como UTIs, centro cirúrgico e pronto-socorro.
O serviço abrange desde manutenções preventivas e corretivas até calibrações e análises de segurança. O tempo de resposta varia conforme a criticidade do equipamento, com prioridade para aparelhos essenciais à vida, como ventiladores pulmonares e monitores de UTI.
Eficiência e economia
Manter a manutenção dentro da própria Fundação tem gerado economias expressivas. Um exemplo: enquanto uma empresa externa pode cobrar até R$250 para calibrar um esfigmomanômetro (aparelho de pressão), o CETEC realiza o serviço por cerca de R$90. Além disso, o Centro realiza um rigoroso controle do histórico de cada equipamento, o que permite tomar decisões embasadas sobre manutenção, substituição e obsolescência.
Padronização e inovação
Com mais de 9 mil equipamentos cadastrados, organizados em 229 famílias tecnológicas — categorias que agrupam tipos semelhantes de aparelhos, como monitores, autoclaves, incubadoras ou ventiladores —, o CETEC está em processo de atualização e ampliação dos seus protocolos operacionais. Esses documentos padronizam os procedimentos de manutenção, calibração, segurança e resposta técnica para cada tipo de equipamento. Antes, eram apenas nove protocolos em vigor; agora, o Centro trabalha na elaboração de 30 novos protocolos, que irão detalhar desde o planejamento de manutenções até os critérios de obsolescência e o relacionamento com órgãos reguladores, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Corpo de Bombeiros.
Papel estratégico na pandemia
Durante a pandemia de Covid-19, o CETEC teve papel decisivo na manutenção de respiradores e outros equipamentos essenciais, inclusive atuando em hospitais de campanha. Para garantir a continuidade dos serviços, a equipe foi dividida em turnos alternados, como estratégia de biossegurança.
Olhando para o futuro
A Fundação estuda ampliar a atuação do CETEC, sempre mantendo o foco em qualidade, economia e suporte aos serviços públicos de saúde. Para o engenheiro Manoel Guimarães, o CETEC representa hoje um elo essencial da estrutura assistencial da Famesp. “A criação do Centro foi uma decisão estratégica que garantiu autonomia, agilidade e economia. Estamos numa região com poucos fornecedores especializados, e centralizar esse conhecimento em Botucatu tem sido fundamental para a qualidade dos serviços prestados.”
Ao final da entrevista, Manoel também fez questão de reconhecer os apoios fundamentais para a trajetória do CETEC: “Reconhecemos que sem o apoio dos diretores e colaboradores de todas as unidades atendidas e dos Diretores-Presidentes da Famesp durante estes vinte anos, o CETEC não teria alcançado o padrão que obteve.”
Ele acrescenta que agradecimentos especiais devem ser feitos à equipe que atua no centro, aos colegas da sede administrativa da Famesp e, de forma destacada, ao professor Dr. Sidnei Lastoria, atual superintendente administrativo da Fundação. “O Dr. Sidnei tem nos apoiado e orientado em todas as políticas atualmente implantadas e bem-sucedidas”, finaliza.
Fonte: Fundação para o Desenvolvimento Médico Hospitalar – FAMESP