8º ENCONTRO PAULISTA DE FUNDAÇÕES: EVENTO DA APF CONSOLIDA-SE COMO O MAIS IMPORTANTE DO 3º SETOR


Mais de 300 pessoas participaram do debate sobre “O Protagonismo da Sociedade Civil no Desenvolvimento”, em SP


Em sua oitava edição, o Encontro Paulista de Fundações consolida-se como o mais importante evento para o fortalecimento do Terceiro Setor, segmento constituído no Brasil por mais de 290 mil fundações e associações sem fins lucrativos e que cresceu 8,8% entre 2006 e 2010 (IBGE/2012). Realizado pela Associação Paulista de Fundações (APF), o evento debateu O Protagonismo da Sociedade Civil no Desenvolvimento e reuniu mais de 300 pessoas no Espaço Sociocultural CIEE, em São Paulo.
 
Dora Silvia Cunha Bueno, presidente da APF e da Confederação Brasileira de Fundações (Cebraf), abriu o evento. “Entendemos que nosso encontro realiza-se num momento muito importante de reafirmação da democracia participativa no Brasil”, afirmou ela. Após anunciar os relevantes temas dos três painéis e do debate que motivaram a participação ativa da plateia durante todo o dia, Dora Silvia ressaltou: “Nosso conteúdo temático corrobora a missão e o significado do Terceiro Setor, uma atividade constituída por protagonistas, pessoas sempre proativas em seu propósito de contribuir para o avanço da sociedade e do desenvolvimento nacional”.

1º painel: Dilemas e Desafios do Desenvolvimento Brasileiro

No 1º painel, os palestrantes José Reinaldo de Lima Lopes, diretor do Centro de Pesquisa Jurídica Aplicada da Faculdade de Direito da FundaçãoGetúlio Vargas; Ana Valéria Araújo, coordenadora executiva da Fundação Fundo Brasil de Direitos Humanos em São Paulo; e Marcella Monteiro deBarros Coelho, coordenadora da Semana Global do Empreendedorismo do Instituto Empreender Endeavor, discorreram sobre os Dilemas e Desafios do Desenvolvimento Brasileiro. “Desenvolvimento não é sinônimo de crescimento. Para que haja desenvolvimento é preciso que cresça a confiança recíproca entre os cidadãos e dos cidadãos nas instituições”, destacou Lima Lopes.
 
Já, para Ana Valéria, historicamente, “os avanços da sociedade civil organizada tiveram a ver com a articulação para a criação de  um ambiente democrático”. “Em alguns momentos, o País até cresceu, como também a discrepância com os direitos humanos. Como ouvi outro dia, o ideal é que ‘gentes diferenciadas’ possam continuar a ser diferenciadas, se quiserem”, atestou ela.

A mais nova entre os conferencistas, Marcella Monteiro de Barros Coelho exibiu pesquisa otimista realizada entre jovens de 18 a 24 anos – antes das recentes manifestações nas ruas –, segundo a qual, nessa faixa etária, 76% das pessoas acreditam num Brasil melhor e 89% têm orgulho do país. “Empreender é o approach dessa mudança”, declarou Marcella. Mesmo nos negócios sociais, hoje, ela lembrou que a proposta é: “Entre ganhar dinheiro e mudar o mundo, fique com os dois”.


not 1º painel: Dilemas e Desafios do Desenvolvimento Brasileiro
Ana Valéria Araújo, da Fundação Fundo Brasil de Direitos Humanos em São Paulo; Marcella Monteiro de Barros Coelho, do Instituto Empreender Endeavor; Dora Silvia Cunha Bueno, presidente da APF e José Reinaldo de Lima Lopes, da Fundação Getulio Vargas

2º painel: A Importância do Terceiro Setor para o Desenvolvimento e o Aperfeiçoamento da Democracia

A Importância do Terceiro Setor para o Desenvolvimento e o Aperfeiçoamento da Democracia foi o tema do 2º painel, que reuniu Antonio Jacinto Matias, vice-presidente da Fundação Itaú Social; Denis Mizne, diretor executivo da Fundação Lemann; e o professor Mauricio Turra Ponte, coordenador do Yunus ESPM Social Business Centre.

“Educação tem de ser a prioridade nos investimentos sociais”, ressaltou Antonio Jacinto. “A democracia que queremos só pode ser alcançada com a garantia de educação de qualidade para todos”, pontuou o VP da Fundação Itaú Social. “E o Terceiro Setor, em sua articulação com a empresa e o governo, contribui para o fortalecimento das políticas educacionais, que no Brasil ainda apresentamenormes desafios.”

Um otimista incorrigível, como ele mesmo se apresenta, Denis Mizne vê como favorável a mobilização popular em busca de soluções para os problemas do país: “Rua é onde a cultura fica viva”. Confiante no poder transformador do trabalho social, ele aponta como impedimento o fato de poucas organizações conseguirem atuar sem subsídios do governo. “Temos de fortalecer uma sociedade civil independente para criar formas de participação nas decisões e na implementação de políticas públicas”, destacou.
 
Mauricio Turra, à frente de curso da ESPM que, ao final, dá aos participantes Certificação Internacional em Negócios Sociais, visualiza caminho promissor. “Para ele, o primeiro desafio democrático é a superação da desigualdade e da pobreza”. Outro risco à democracia é a crença de que o Estado tem de resolver tudo. Nesse processo, ele acredita, “o grande desafio para as organizações do Terceiro Setor é a capacidade de interlocução entre a população e a iniciativa privada e o poder público, e de formação de empreendedores sociais”.


2º painel: A Importância do Terceiro Setor para o Desenvolvimento e o Aperfeiçoamento da Democracia
Antonio Jacinto Matias, da Fundação Itaú Social; Dora Silvia Cunha Bueno, presidente da APF; professor Mauricio Turra Ponte, da ESPM e Denis Mizne, da Fundação Lemann

Debate: O Impacto das Tecnologias Digitais nas Organizações da Sociedade Civil

Marcelo Coutinho, diretor global de Inteligência de Mercado da Terra Networks, fez uma bem-humorada explanação sobre O Impacto das Tecnologias Digitais no Trabalho e nas Organizações e convidou a plateia a debater o tema. Atuando com comunicação digital desde 1992, foi taxativo: “Mudou a maneira pela qual se produz e distribui saber. E a velocidade com que essa informação chega está quebrando padrões de controle de gestão.” Ou seja, não é mais possível controlar o fluxo de informação. Então, temos de desenvolver nossa capacidade colaborativa. Para as entidades da sociedade civil ele ensina: entender essas tecnologias e apropriar-se delas nos ajuda a cumprir nossa missão de forma mais eficiente. “O uso de tecnologia pode potencializar nosso alcance de atuação”, reiterou.


Debate: O Impacto das Tecnologias Digitais nas Organizações da Sociedade Civil
Marcelo Coutinho, diretor global de Inteligência de Mercado da Terra Networks



Debate: O Impacto das Tecnologias Digitais nas Organizações da Sociedade Civil

Dora Silvia Cunha Bueno, presidente da APF; Marcelo Coutinho, da Terra Networks; Nicole M.P.F. Hoedemaker, assessora jurídica da APF

PPK 2013

Após o almoço, foi realizada a entrega do Prêmio Pedro Kassab/PPK, concedido pela Associação Paulista de Fundações – APF, que homenageou, na categoria Pessoa Jurídica, o Graacc – Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer, e, na categoria Pessoa Física, o professor doutor Flavio Fava de Moraes, diretor geral da Fundação Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

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3º painel: A Importância do Terceiro Setor para o Desenvolvimento e o Aperfeiçoamento da Democracia

Eduardo Pannunzio, da Fundação Getulio Vargas, foi o moderador do terceiro painel, que abordou Inovação Social & Desenvolvimento e trouxe experiências bem-sucedidas de organizações da sociedade civil que criaram saídas para superar problemas socioeconômicos brasileiros. Luiz Henrique da Silva Cordeiro, gestor da Fundação Roberto Marinho, apontou, entre outros itens, o sucesso do Telecurso, método de ensino veiculado pela fundação que se baseia nos ensinamentos de Paulo Freire e virou política pública aplicada ao ensino regular em diversos Estados e Municípios. “A metodologia reinventa tempos e espaços para a formação educacional”, disse Cordeiro.

Sóstenes Brasileiro de Oliveira, diretor geral da Fundação Gol de Letra, falou sobre a importância da entidade fundada há quase 15 anos por seu irmão, Raí, e pelo também ex-jogador da Seleção Brasileira Leonardo. “Desenvolvemos o primeiro curso de técnico esportivo do país e, agora, por meio de parcerias, estamos levando nossa experiência de realizar projetos esportivos de inclusão para outras cidades”, contou.

Isabella Viera Machado Henriques, diretora do Instituto Alana nas áreas de Defesa e Futuro e coordenadora geral do Projeto Criança e Consumo Defesa, falou sobre o trabalho da entidade que, a partir de 2002, se consolidou numa comunidade carente, o Jardim Pantanal, em São Miguel Paulista (SP). “Nosso objetivo é criar caminhos de transformação para honrar as crianças, com ênfase no brincar e na experiência criativa”, explicou ela. Entre as estratégias de defesa dos menores até 12 anos, há um trabalho direcionado para combater o problema do consumismo infantil. “Isso é essencial para o fortalecimento da cidadania”, destacou.

3º painel: A Importância do Terceiro Setor para o Desenvolvimento e o Aperfeiçoamento da Democracia
Eduardo Pannunzio, da Fundação Getulio Vargas; Dora Silvia Cunha Bueno, presidente da APF; Luiz Henrique da Silva Cordeiro, da Fundação Roberto Marinho; Isabella Viera Machado Henriques, do Instituto Alana e Sóstenes Brasileiro de Oliveira, da Fundação Gol de Letra

Encerramento com o embaixador Rubens Ricupero

Convidado para encerrar o evento, o embaixador Rubens Ricupero, diretor da Faculdade de Economia da Fundação Armando Alvares Penteado, afirmou: “O ponto de equilíbrio para o Brasil é a solução de dois problemas graves: a qualidade da educação e a qualidade dasinstituições públicas”. “Temos ilhas de extraordinária eficiência, como na agricultura, na Embraer, mas o setor público é um mar de ineficiência e corrupção”, apontou Ricupero. “Numa democracia representativa, como a nossa, o Terceiro Setor é aquele que pode ser o canal para protagonizar as mudanças necessárias, promover o diálogo a partir das ideias e reivindicações apresentadas pela população, como ocorreu em junho.”

Ao final, Dora Silvia Cunha Bueno, elogiou a qualidade dos conferencistas e dos conteúdos apresentados. “A APF deseja, sobretudo, que este encontro contribua para a reflexão sobre os desafios a serem vencidos na luta do Terceiro Setor por Um Brasil Melhor! Esta á grande meta de todos nós!”, concluiu a presidente da APF. “Estamos, todos juntos, consolidando o voluntariado e as organizações da sociedade civil como atores proativos ecada vez mais indispensáveis no processo de desenvolvimento de nosso país.”


Encerramento com o embaixador Rubens Ricupero
O embaixador Rubens Ricupero e Dora Silvia Cunha Bueno, presidente da APF




Crédito de fotos: Capitan/Servfoto


Serviço
Evento: 8º Encontro Paulista de Fundações
Tema: O Protagonismo da Sociedade Civil no Desenvolvimento
Data: 13 de setembro de 2013
Horário: 8h30 às 16h30
Local: Espaço Sociocultural CIEE
Endereço: Rua Tabapuã, 445 – São Paulo – SP
Organização: APF – Associação Paulista de Fundações
Site: www.apf.org.br


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