Diálogo com Associadas da APF debateu a importância do ESG para Fundações
Flavia Regina de Souza Oliveira, advogada do escritório Mattos Filho, e Vitor Gonçalo Seravalli, membro do Conselho de Administração da Fundação Abrinq
Na quinta-feira, dia 10 de novembro, a Associação Paulista de Fundações - APF realizou mais uma edição do evento Diálogo com Associadas, no escritório de advocacia Mattos Filho, em São Paulo. O tema “A Importância do ESG para Fundações” foi discutido pelas advogadas Juliana Gomes Ramalho Monteiro e Flavia Regina de Souza Oliveira, do próprio Mattos Filho, Victor Graça, diretor da APF e gerente executivo da Fundação Abrinq, e Vitor Gonçalo Seravalli, membro do Conselho de Administração da Fundação Abrinq.
O objetivo do encontro foi esclarecer sobre como entidades do Terceiro Setor (Fundações e Associações) podem se engajar, internamente e externamente, para o desenvolvimento dos critérios ESG (sigla em inglês que refere-se aos pilares ambiental, social e de governança). “O pilar ambiental é como a organização gerencia o uso dos seus recursos naturais, o social é sobre o relacionamento com a comunidade, colaboradores e fornecedores. O pilar da governança é como a organização sustenta os outros pilares com transparência e controle de risco”, explicou a advogada Juliana Gomes.
O engajamento externo se refere à Fundação atuar como aliada das empresas, ao utilizar o seu conhecimento e experiência para apoiar os parceiros na construção de uma atuação social e responsável. Já o interno é como a Fundação pode se beneficiar ao utilizar internamente as métricas ESG para construir uma governança robusta e fortalecer sua credibilidade na captação de recursos.
“Se a gente acerta as coisas primeiro internamente para depois fazer para fora, nós atualizamos nosso modelo de governança como Fundação, o que aumenta o nosso poder de impactar. Dessa forma, a Fundação exerce o seu papel de agente de transformação”, falou Vitor Gonçalo Seravalli, da Fundação Abrinq.
Victor Graça, diretor da APF e gerente executivo da Fundação Abrinq e Juliana Gomes Ramalho Monteiro, advogada do Mattos Filho
A advogada Flavia Regina deu alguns exemplos práticos. “Em termos ambientais, temos um desafio na gestão de resíduos. Temos que olhar o que está sendo feito, quais resíduos estamos gerando”, disse. “E será que a Fundação está prezando pela diversidade e igualdade de seu público interno? Como está o equilíbrio de gênero, raça, PCD? Vamos pensar um pouquinho, será que a gente tem que fazer um plano para isso?”, acrescentou ela.
Victor Graça colaborou com a discussão ao trazer um case atual da Fundação Abrinq. “Nós fizemos um comitê de ESG e, com isso, acabamos de rever o nosso conselho da Fundação Abrinq, que é composto metade por conselheiros do setor de brinquedos e metade por convidados externos. Dado que o setor de brinquedo tem muitos homens brancos, na cota de convidados chamamos mais mulheres. Então, o conselho já está diferente agora”, contou.
Para Vitor Gonçalo Seravalli, a jornada do ESG começa com um mapeamento de stakeholders. “Quais são? Para uma Fundação, certamente, o setor privado é um stakeholder. Depois disso vem a questão da materialidade. Quais são os temas que são relevantes pra mim? Quais são os temas que são relevantes para os meus stakeholders? E na hora que eu coloco juntos os que são prioridades para ambas as dimensões, o caminho do tema do ESG fica muito mais fácil. Quer dizer, nós estamos falando de priorização”, finalizou.
A realização do evento foi importante para a conscientização do tema ESG entre as organizações do Terceiro Setor.