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FUNDAÇÃO TIDE SETUBAL - O investimento social privado pode ampliar sua captação por meio da doação

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Por Daniel Cerqueira

O ano de 2020 apresentou queda no número de doações feitas pela sociedade civil para causas sociais. No entanto, os fatores externos causados pelas crises econômica e sanitária foram mais preponderantes para esta queda do que um possível desinteresse da sociedade civil em participar. Dados da recém Pesquisa Doação Brasil 2020, coordenada pelo Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (Idis) e realizada pela Ipsos mostram que as perspectivas para 2021 são de um importante montante com potencial de captação.

Surgida em 2015, a pesquisa retrata o perfil do doador individual brasileiro e mostra para quais causas ele está disposto a doar, com qual frequência, o valor médio doado e como ocorrem as escolhas dos beneficiários. O estudo contou com o apoio de diversas organizações, como Fundação Tide Setubal, Fundação Itaú Social, Instituto Galo da Manhã, Instituto Unibanco, Santander, Fundação José Luiz Egydio Setubal, Instituto ACP, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Instituto MOL.

Renata Bourroul, representante da Ipsos, acredita que há uma mudança significativa do perfil comparando as edições de 2015 e 2020. “Notamos que subimos um degrau no sentido de ter uma sociedade civil mais engajada e mais predisposta a se apropriar dos problemas do país e endereçá-los.”

Este engajamento se deu, principalmente, pelas classes mais favorecidas – com maior escolarização e renda. Pôde-se ver que 66% dos brasileiros doam, sendo 37% destes com doações diretas a organizações sociais.

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Imagem: Panorama geral sobre o perfil de doações no Brasil

Hora de investir em campanhas de doação

Dos 34% de não doadores pesquisados, 7 em cada 10 dizem concordar que o ato de doar faz diferença, um acréscimo de 10 pontos percentuais em relação à pesquisa anterior. Além disso, quase 6 de cada 10 não doadores estão dispostos a doar, um aumento de 50% em relação aos não doadores de 2015.

Joana Mortari, diretora da Associação Acorde Membro do Comitê Coordenador do Movimento por uma Cultura de Doação e João Paulo Vergueiro, diretor da Associação Brasileira de Captadores de Recursos ABCR destacam no estudo o potencial de captação pelo investimento social privado:

“Ao comparar as duas edições da pesquisa observamos: o aumento das doações da população de alta renda, o aumento da confiança no trabalho das organizações da sociedade civil, a mudança na percepção da importância do poder transformador da doação. Estamos caminhando para um Brasil mais doador”.

A partir do perfil clássico do doador brasileiro, pode-se buscar estratégias de ampliação do montante doado. Nesta edição da pesquisa, a mediana de doações levantadas, ou seja, o valor mais frequente de quem doa, foi de R$ 200. Considerando todos os dados da pesquisa, calcula-se que Brasil tenha um potencial de doação de 10,3 bilhões para 2021.

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De acordo com a Pesquisa Doação Brasil 2020 o perfil das doadoras é formado por:
  • Mulher;
  • Idade média de 42 anos;
  • Tem curso superior;
  • Vive nas regiões Nordeste e Sudeste;
  • Tem renda familiar superior a quatro salários mínimos;
  • Está satisfeita com a própria renda;
  • É adepta de alguma religião
A internet deve ser uma grande aliada nessa nova etapa. Em sua análise final para a pesquisa, Marcos Kisil Fundador e conselheiro do IDIS ressalta que “a percepção dos doadores de que a presença de meios de doação via internet facilitou o processo. Isso mostra que a tecnologia se tornou instrumento importante, a ser observado num futuro pós-pandêmico imediato para aumentar o número de doações e doadores”.
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Quer conhecer mais detalhadamente a pesquisa? Baixe a íntegra da Pesquisa Doação Brasil 2020 no site do Idis. Aproveite também para conferir os destaques do estudo no portal criado para a pesquisa.

Fonte: Fundação Tide Setubal