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FAVC - Professor Dr. Marco Aurélio Palazzi Sáfadi debate as principais informações sobre dengue e a nova vacina contra a doença

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Foto: Divulgação / Canal Livre / FCMSCSP

Em entrevista ao Canal Livre, da BandNews, o professor do curso de Medicina da Faculdade falou sobre a eficácia da vacina e as diferenças entre os tipos de dengue e outras doenças infecciosas

O professor e pediatra Dr. Marco Aurélio Palazzi Sáfadi, do Departamento de Pediatria e Puericultura da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP), é infectologista e debateu sobre o aumento de casos da dengue no Brasil e a inclusão da vacina contra a doença no Programa Nacional de Imunizações.

Em 2023, foram notificados 1,6 milhão de casos de Dengue, desses, 1094 vieram ao óbito. O crescimento em 2024 também é alarmante, visto que na primeira quinzena de janeiro foram registrados 55 mil novos casos e 6 óbitos. Assim, em 21 de janeiro, o professor Sáfadi foi convidado para o programa Canal Livre, da BandNews, quando falou sobre os possíveis motivos do crescimento de casos da doença, os tipos de dengue que existem e os principais tratamentos. “Por conta da dengue ser transmitida por um mosquito, naqueles meses do ano onde há calor, umidades e chuvas são as condições propícias para esses mosquitos se replicarem e essa é a razão da gente ter um predomínio de casos de dengue que coincidem com os meses quentes. E esses números são, de fato, preocupantes”, diz.

O professor também comenta que a urbanização, o aumento de casos nas regiões Sul e Sudeste e a recontaminação após infecção de dengue assintomática também podem ser considerados como os motivos para o elevado índice de casos.

Além disso, ele explica como funciona a vacina da dengue. Segundo Sáfadi, são necessárias duas doses com um intervalo de três meses para terminar a imunização contra a doença e o número de doses ainda não é suficiente para proteger, de forma imediata, todos os brasileiros. Contudo, também foi comprovado que quem mais se beneficiará com a vacina são pessoas que já foram infectadas. “E, para aqueles que nunca tiveram dengue, a vacina mostrou-se útil, entretanto para dois dos tipos, os dados de proteção não são tão consistentes como são para os outros dois tipos que se mostraram mais eficientes para este público”, explica.

“A conclusão disso é que a Organização Mundial da Saúde fez uma recomendação que se priorize como locais de implementação dessa vacina os locais chamados de alta transmissão de dengue, ou seja, regiões onde você encontra um percentual relevante da população já previamente exposto à dengue”, conclui Sáfadi.

Durante o programa, também foi debatido sobre doenças como Covid-19, zika, chikungunya, HPV, herpes zoster, bronquiolite, entre outras, e como diferenciar os sintomas da dengue e melhor diagnosticar um paciente em comparação com outras infecções. Segundo Sáfadi, a melhor forma é acompanhar os períodos sazonais de cada doença e os principais sinais de alerta da dengue.

Na oportunidade, Sáfadi também comenta a realidade atual dos casos da Covid-19, principalmente em comparação aos anos de pandemia. “O cenário é, seguramente, muito diferente. Os óbitos diminuíram substancialmente e, hoje, basicamente os óbitos ocorrem em indivíduos acima de 80 anos em função das comorbidades que esses indivíduos têm. As hospitalizações continuam ocorrendo”, diz.

“O grupo, hoje, que tem a maior taxa de incidência de hospitalização é o grupo acima de 80 anos, mas o segundo grupo são os bebês no primeiro ano de vida. Os indivíduos com comorbidades também continuam sendo o grupo de maior risco”, explica o professor.

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Fonte: Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho