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Fundo Zona Leste Sustentável promove debates sobre negócios de impacto e lança hackathon

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Assim como a Fundação Tide Setubal, que em 2017 mudou sua missão institucional e ampliou sua atuação, no último ano o Fundo Zona Leste Sustentável reavaliou o seu foco e forma de trabalho. Criado em 2010, a iniciativa visa estimular empreendimentos inovadores na zona leste de São Paulo, e atuava por meio de editais, tendo apoiado com investimento e capacitação 36 projetos nos últimos 7 anos. Agora, o Fundo se voltará para negócios sociais que promovam um impacto e contribuam para a superação de problemas sociais e ambientais na zona leste paulistana.

“Decidimos fazer um edital para negócios de impacto na região, mas percebemos que eles são poucos”, explica Greta Salvi, coordenadora do Fundo Zona Leste Sustentável. “Começamos então a pensar em formas de disseminar o conceito e paralelamente impulsionar o ecossistema, e surgiu a ideia do Inova ZL, uma experiência mão na massa que mobiliza pessoas e redes”.

O projeto, feito em parceria com a Din4mo, tem a proposta de promover um hackathon, uma maratona de imersão e desenvolvimento que reúne profissionais de diversas áreas em busca de soluções para problemas da região. O evento acontecerá nos dias 25 e 26 de agosto, na Universidade Cruzeiro do Sul, no campus de São Miguel Paulista. As três melhores ideias prototipadas receberão um prêmio de 10 mil reais para viabilizar o projeto, serão incubadas pela Habits Incubadora Escola da USP Leste e contarão com mentoria do Fundo Zona Leste Sustentável.

Conhecimento para aquecer

Para encorajar as pessoas a participar do hackathon e difundir e desmitificar os negócios de impacto, o Fundo realizará encontros, batizados de aquecimentos, antes do evento principal. “Quisemos ir além do hackathon e pensar em um processo de mobilização de diversos atores, desde alunos da USP e da Universidade Cruzeiro do Sul até lideranças comunitárias e parceiros locais”, diz Greta.

O primeiroaquecimento aconteceu no campus da zona leste da USP no dia 7 de junho, e teve como tema "desigualdades na cidade e Empreendedorismo local. O que isso tem a ver?". Para abrir o evento, Paula Galeano, superintendente da Fundação Tide Setubal, abordou o atual momento do Fundo. “Para nós, sempre foi muito importante a parceria com a Habits, e hoje conseguimos estreitar ainda mais essa relação e o olhar para o empreendedorismo e a inovação local, ao lado de uma universidade como a USP Leste. É um momento muito simbólico, e esperamos que o Inova ZL resulte em projetos inspiradores”.

Em sua fala, Greta explicou como será o hackathon e qual o perfil de participantes é esperado, e na sequência Américo Sampaio, da Rede Nossa São Paulo, falou sobre as desigualdades no município com base nos estudos da organização. “Quando analisamos a população caracterizada como em situação de alta vulnerabilidade social por distrito, no centro da cidade a parcela é de praticamente zero, e nas periferias passa a 30%”, afirmou Américo. “Muitos dizem que a cidade de São Paulo é desigual porque cresceu de uma maneira desorganizada. Se isso fosse verdade, essa distribuição seria também desorganizada, misturando distritos com indicadores ruins e bons. Mas quando olhamos o mapa, ele é absolutamente simétrico, mostrando uma relação deficitária entre centro e periferia”.

Em seguida, a professora Rita de Cássia Giraldi (EACH- USP) apresentou o Projeto Urbanus, que fez um levantamento de informações acerca de empreendedorismo e condições de vida região da zona leste 2, e abordou o conceito de cidades inteligentes, dialogando com a proposta do hackathon. “As smart cities, ou cidades inteligentes, são percebidas como locais que usam a tecnologia em tempo real para melhorar a qualidade de vida do cidadão, seja por meio de informações ligadas a questões de transporte, economia, acessibilidade, trabalhando em diversas esferas da cidade como um todo”, afirmou.

Para fechar a mesa, Marcel Fukayama, CEO da Din4mo, falou sobre o conceito por trás do evento. “Com o Inova ZL queremos promover a combinação de dois elementos. O primeiro é a nossa atitude como indivíduo, de poder atuar como um agente de mudanças e criar soluções que não dependam do governo ou do mercado, mas das nossas ações empreendedoras. Já o segundo elemento, a tecnologia, é um dos principais recursos que a nossa espécie conseguiu desenvolver, e permite buscar saídas para problemas sociais e ambientais”.

Para finalizar o aquecimento, os empreendedores Gustavo Fuga (4YOU2 Idiomas) e Bianca Custodia (Zaru Comunicação), ambos da zona leste, contaram em uma roda de conversa quais foram os principais desafios que enfrentaram e enfrentam para empreender na periferia. O bate-papo teve mediação de Tony Marlon, criador do Historiorama, iniciativa que conta com apoio do Fundo Zona Leste Sustentável.

Saiba mais sobre o Inova ZL e os próximos eventos: http://inovazl.com.br/usp-leste/

Fonte: Fundação Tide Setubal